Esse artigo analisa a matéria: “E o reitor se afasta”, da seção Seu País, da revista Carta Capital de 16 de Abril de 2008. A matéria de Filipe Coutinho trás as últimas informações sobre a pior crise da Universidade de Brasília desde a ditadura. Informa principalmente o pedido de afastamento do Reitor Timothy Mulholland. E abrange todos os lados da notícia.
Ultimamente quando abrimos os meios de comunicação impresso, lemos logos títulos imensos e chamativos sempre com o mesmo assunto: a crise na Universidade de Brasília. Vemos fotos dramatizando, sempre com brigas entre estudantes e agentes da universidade.
Mas ao abrir a revista Carta Capital dessa semana me deparei com uma matéria sem muito destaque, sobre o mesmo tema. O repórter Filipe Coutinho conseguiu direcionar a matéria para o bom lado do jornalismo público, sem nenhum sensacionalismo. A matéria é puramente informativa. O autor expõe os dados conseguidos através das fontes, sem declarações pessoais próprias. Mantendo a imparcialidade. Em nenhum momento a matéria se torna uma mercadoria, com fins comerciais. É um tema forte, mas é abordado de forma densa e sóbria, e acima de tudo com ética.
Um dos valores da matéria é a diversidade de fontes. O autor ouve sete fontes. Do poder público: o Deputado Federal Chico Alencar, o senador Cristovam Buarque e o Coordenador Geral do DCE Fábio Feliz. As vítimas: o Reitor afastado Timothy Mulholland e os estudantes da UNB. O autor trás um diferencial de todas as matérias já publicadas sobre esse assunto. Filipe Coutinho ouve Kátia Betânia, uma servidora da universidade. Uma fonte que repórter nenhum ouviu. As fontes nos dão o aprofundamento sobre o tema e nos ajuda a ter uma visão de todos os lados da notícia. E deixa livre para o leitor formar sua própria opinião. As falas das fontes são contidas e sem sensacionalismo. Assim como o “olho” da matéria trás a fala de um estudante, uma das vítimas: “ Se agente não ocupasse, ele não teria saído.”. Não há adjetivos, nem exageros.
Filipe Coutinho usa estratégias visuais, duas imagens com legendas. A primeira foto é do Reitor afastado Timothy Mulholland, com a legenda: “Fora. Ele evoca o direito de defesa.” E a segunda é uma foto dos estudantes colocando cartazes nos prédios da UNB e a legenda trás a informação: “Saldo. Sob ameaça de ação policial, DCE leva multa superior a 500 mil reais.”. As imagens da matéria é um recurso que não conduz a interpretação do leitor, não força l leitor a escolher um lado.
A matéria de duas páginas da revista Carta Capital contém uma linguagem contida, sem muitos adjetivos e sem nenhum exagero. O autor nos trás uma ampla visão sobre o tema, sem exercer o papel de juiz, sem nenhum julgamento. Na matéria não encontramos nenhum desrespeito à figura humana, sem sensacionalismo.
De acordo com Luiz Martins, a imprensa teria que perceber que não tem que preocupar-se apenas com a divulgação dos fatos, mas também com a gênese deles. E Filipe Coutinho conduz muito bem a matéria.
Referências:
SILVA, Luiz Martins da. “Imprensa e Cidadania: Possibilidades e Contradições” in Imprensa e Poder. Org: MOTTA, Luiz Gonzaga. Brasília, Editora Universidade de Brasília e São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2002.
Ultimamente quando abrimos os meios de comunicação impresso, lemos logos títulos imensos e chamativos sempre com o mesmo assunto: a crise na Universidade de Brasília. Vemos fotos dramatizando, sempre com brigas entre estudantes e agentes da universidade.
Mas ao abrir a revista Carta Capital dessa semana me deparei com uma matéria sem muito destaque, sobre o mesmo tema. O repórter Filipe Coutinho conseguiu direcionar a matéria para o bom lado do jornalismo público, sem nenhum sensacionalismo. A matéria é puramente informativa. O autor expõe os dados conseguidos através das fontes, sem declarações pessoais próprias. Mantendo a imparcialidade. Em nenhum momento a matéria se torna uma mercadoria, com fins comerciais. É um tema forte, mas é abordado de forma densa e sóbria, e acima de tudo com ética.
Um dos valores da matéria é a diversidade de fontes. O autor ouve sete fontes. Do poder público: o Deputado Federal Chico Alencar, o senador Cristovam Buarque e o Coordenador Geral do DCE Fábio Feliz. As vítimas: o Reitor afastado Timothy Mulholland e os estudantes da UNB. O autor trás um diferencial de todas as matérias já publicadas sobre esse assunto. Filipe Coutinho ouve Kátia Betânia, uma servidora da universidade. Uma fonte que repórter nenhum ouviu. As fontes nos dão o aprofundamento sobre o tema e nos ajuda a ter uma visão de todos os lados da notícia. E deixa livre para o leitor formar sua própria opinião. As falas das fontes são contidas e sem sensacionalismo. Assim como o “olho” da matéria trás a fala de um estudante, uma das vítimas: “ Se agente não ocupasse, ele não teria saído.”. Não há adjetivos, nem exageros.
Filipe Coutinho usa estratégias visuais, duas imagens com legendas. A primeira foto é do Reitor afastado Timothy Mulholland, com a legenda: “Fora. Ele evoca o direito de defesa.” E a segunda é uma foto dos estudantes colocando cartazes nos prédios da UNB e a legenda trás a informação: “Saldo. Sob ameaça de ação policial, DCE leva multa superior a 500 mil reais.”. As imagens da matéria é um recurso que não conduz a interpretação do leitor, não força l leitor a escolher um lado.
A matéria de duas páginas da revista Carta Capital contém uma linguagem contida, sem muitos adjetivos e sem nenhum exagero. O autor nos trás uma ampla visão sobre o tema, sem exercer o papel de juiz, sem nenhum julgamento. Na matéria não encontramos nenhum desrespeito à figura humana, sem sensacionalismo.
De acordo com Luiz Martins, a imprensa teria que perceber que não tem que preocupar-se apenas com a divulgação dos fatos, mas também com a gênese deles. E Filipe Coutinho conduz muito bem a matéria.
Referências:
SILVA, Luiz Martins da. “Imprensa e Cidadania: Possibilidades e Contradições” in Imprensa e Poder. Org: MOTTA, Luiz Gonzaga. Brasília, Editora Universidade de Brasília e São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2002.
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