quarta-feira, 30 de abril de 2008

Analise =D

O produto escolhido para a análise foi uma matéria de Luiz Antonio Cintra e Débora Pinheiro, publicada na revista Carta Capital do dia 16 de abril de 2008. O texto, de título saúde mais cidadã, fala sobre as melhorias do Sistema Único de Saúde (SUS), que foi criado pela constituição de 1988 a fim de extinguir ou ao menos diminuir a desigualdade nacional, garantindo saúde como direito de cidadania a todos. Mas além de discutir a evolução do programa os autores não deixam de falar sobre os problemas que o sistema ainda enfrenta.

Baseando-se nos textos de Carlos Castilho e Luiz Martins da Silva, é possível se afirmar que a matéria analisada entra nos parâmetros de um jornalismo público. Pois cuida dos interesses de uma pequena comunidade, no caso usuários do SUS, que geralmente são pessoas menos favorecidas. De acordo com Castilho a pauta deve ser baseada nos interesses de pequenas comunidades, as chamadas minorias sociais.

Para Luiz Martins da Silva, dedicar esforços à causas públicas é considerado jornalismo público, o que é tratado em seu texto como civic journalism por, segundo ele, dificuldade de se encontrar uma tradução para o termo. Ele coloca essas questões no texto Civic Journalism: um gênero que no Brasil ainda não emplacou.

A matéria da Carta Capital faz um resgate ao social, promovendo a cidadania. Além de mostrar possibilidades e permitir que o leitor faça suas próprias interpretações. O texto mostra um assunto polêmico, mas sem usar sensacionalismo ou espetacularização dos fatos. Os jornalistas cumprem o papel de fiscal por delegação da sociedade, a imprensa nesse caso serve de mediação entre o estado e a população, não se voltando contra os interesses do cidadão.

As fotos da matéria servem como simples ilustração dos fatos, sem nenhum trabalho com cores fortes e chamativas ou trabalhos digitais que deixem a imagem sensacionalista.

A apresentação das fontes acontece de uma forma dinâmica. Para cada novo fato que os jornalistas apresentam é apontada uma fonte que comprova o que foi dito. Os repórteres tiveram depoimentos de aproximadamente oito pessoas com experiências diferentes e que acarretavam grandes conhecimentos sobre o assunto abordado naquele instante. Eles ouviram uma usuária do sistema de saúde que já passou por situações complicadas em porta de hospitais, além de médicos que explicam fatos como os motivos para uma desordem no atendimento da população, pesquisadores que mostram gastos desnecessários da verba destinada a saúde e uma das responsáveis pelos orçamentos do Fundo Nacional de Saúde.


A matéria não pode ser considerada complexa. O assunto foi tratado por diversos ângulos, tirando dúvidas, mostrando problemas e preconceitos com a rede pública de saúde e anexando fatos que comprovam uma melhoria nesse sistema apesar de precariedades em toda a rede de saúde do Brasil, tanto a pública, com problemas de atendimentos, quanto a particular, que apresenta custos elevados. Ao fim da matéria os jornalistas concluem mostrando soluções para problemas discutidos no decorrer do texto.

Por fim, caracterizo a matéria como uma forma de jornalismo público, com um assunto bem trabalhado. Mas acredito que para um melhoramento da matéria seria interessante o contato com pessoas a favor do Sistema Único de Saúde, usuários que tivessem coisas boas a declarar sobre o programa e também pessoas de classe média que pudessem dizer se realmente acham falho o SUS ou não. Não acrescentaria nenhum Box, pois acho que os dados que precisariam ser passados foram incluídos no texto. A matéria, por mim, já é vista como socialmente responsável, não julgo necessária nenhuma mudança na composição do texto, como fontes ou retrancas. Minha única sugestão seria os contatos expostos acima.

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