quarta-feira, 14 de maio de 2008

Casas ou árvores?


“Brasília, uma cidade de negócios e oportunidades para todos”. É isso que as pessoas menos informadas das outras cidades e estados pensam da capital brasileira. Então, visando maiores oportunidades de emprego e expandir suas contas bancárias, vários emigrantes chegam à Brasília. Porém, a maioria destes vêem sem nenhum tipo de moradia já certa e encontram em áreas de preservação ambiental seu local para morar. Isso aconteceu desordenadamente nas últimas três décadas, fazendo com que a ocupação de locais irregulares fosse cada vez maior e causando danos irreparáveis às áreas ambientais do Planalto Central.


Um dos locais que logo foi ocupado e hoje é totalmente urbanizado é a Colônia Agrícola Vicente Pires. O que atualmente já é considerada uma cidade até hoje não tem casas e condomínios regularizados. São aproximadamente 17 mil famílias que vivem irregulares no local. O pior é que o crescimento de famílias foi desenfreado, e prejudicou a nascente e o córrego que trafegam na cidade. Sem contar no desmatamento que foi feito para que a cidade fosse iniciada e no uso ilegal, irrestrito e imprudente da água ali localizada.


Outro caso, contudo mais recente é a ocupação da Bacia do São Bartolomeu. Outra área ambiental que foi habitada desordenadamente e pode até comprometer o abastecimento de água do Distrito Federal. Isso porque já são mais de dez mil hectares ocupados irregularmente. Um estudo da Universidade Católica de Brasília (UCB) acusa que 80% dessas ocupações estão em locais onde não deveria haver habitações.


Problemas ambientais como estes são quase impossíveis de serem solucionados. Não há como replantar tais árvores derrubadas e nem como repurificar a água tal como era antes. Pode-se fazer um tratamento com a água, e plantar novas arvores em um novo local, mas mais que isso: Deve-se reeducar a população e conscientizar que árvores, plantas, águas, animais, assim como nós, também precisam de local para viver.

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