quarta-feira, 30 de abril de 2008

Analise =D

O produto escolhido para a análise foi uma matéria de Luiz Antonio Cintra e Débora Pinheiro, publicada na revista Carta Capital do dia 16 de abril de 2008. O texto, de título saúde mais cidadã, fala sobre as melhorias do Sistema Único de Saúde (SUS), que foi criado pela constituição de 1988 a fim de extinguir ou ao menos diminuir a desigualdade nacional, garantindo saúde como direito de cidadania a todos. Mas além de discutir a evolução do programa os autores não deixam de falar sobre os problemas que o sistema ainda enfrenta.

Baseando-se nos textos de Carlos Castilho e Luiz Martins da Silva, é possível se afirmar que a matéria analisada entra nos parâmetros de um jornalismo público. Pois cuida dos interesses de uma pequena comunidade, no caso usuários do SUS, que geralmente são pessoas menos favorecidas. De acordo com Castilho a pauta deve ser baseada nos interesses de pequenas comunidades, as chamadas minorias sociais.

Para Luiz Martins da Silva, dedicar esforços à causas públicas é considerado jornalismo público, o que é tratado em seu texto como civic journalism por, segundo ele, dificuldade de se encontrar uma tradução para o termo. Ele coloca essas questões no texto Civic Journalism: um gênero que no Brasil ainda não emplacou.

A matéria da Carta Capital faz um resgate ao social, promovendo a cidadania. Além de mostrar possibilidades e permitir que o leitor faça suas próprias interpretações. O texto mostra um assunto polêmico, mas sem usar sensacionalismo ou espetacularização dos fatos. Os jornalistas cumprem o papel de fiscal por delegação da sociedade, a imprensa nesse caso serve de mediação entre o estado e a população, não se voltando contra os interesses do cidadão.

As fotos da matéria servem como simples ilustração dos fatos, sem nenhum trabalho com cores fortes e chamativas ou trabalhos digitais que deixem a imagem sensacionalista.

A apresentação das fontes acontece de uma forma dinâmica. Para cada novo fato que os jornalistas apresentam é apontada uma fonte que comprova o que foi dito. Os repórteres tiveram depoimentos de aproximadamente oito pessoas com experiências diferentes e que acarretavam grandes conhecimentos sobre o assunto abordado naquele instante. Eles ouviram uma usuária do sistema de saúde que já passou por situações complicadas em porta de hospitais, além de médicos que explicam fatos como os motivos para uma desordem no atendimento da população, pesquisadores que mostram gastos desnecessários da verba destinada a saúde e uma das responsáveis pelos orçamentos do Fundo Nacional de Saúde.


A matéria não pode ser considerada complexa. O assunto foi tratado por diversos ângulos, tirando dúvidas, mostrando problemas e preconceitos com a rede pública de saúde e anexando fatos que comprovam uma melhoria nesse sistema apesar de precariedades em toda a rede de saúde do Brasil, tanto a pública, com problemas de atendimentos, quanto a particular, que apresenta custos elevados. Ao fim da matéria os jornalistas concluem mostrando soluções para problemas discutidos no decorrer do texto.

Por fim, caracterizo a matéria como uma forma de jornalismo público, com um assunto bem trabalhado. Mas acredito que para um melhoramento da matéria seria interessante o contato com pessoas a favor do Sistema Único de Saúde, usuários que tivessem coisas boas a declarar sobre o programa e também pessoas de classe média que pudessem dizer se realmente acham falho o SUS ou não. Não acrescentaria nenhum Box, pois acho que os dados que precisariam ser passados foram incluídos no texto. A matéria, por mim, já é vista como socialmente responsável, não julgo necessária nenhuma mudança na composição do texto, como fontes ou retrancas. Minha única sugestão seria os contatos expostos acima.

terça-feira, 29 de abril de 2008

A Justiça tarda ou é falha?

No dia 28 de Novembro de 2007 estava marcada a audiência do réu Marcos Damião Fernandes de Morais acusado de sete tentativas de homicídio na mesma manhã do dia 25/12/2005. Marcos em suas sete tentativas consegue matar duas das vítimas. As vitimas restantes só exigem justiça.

Sentença

No dia 25 de Dezembro de 2005 ás 06:00h da manhã na quadra 06, via pública, Cidade Estrutural/DF, o acusado Marcos Damião F. de Morais após uma discussão com Itamar de Souza Rodrigues foi expulso da festa de natal que ocorria na casa de Daniel Ferreira de Lima, amigo de ambos. Não satisfeito com o ocorrido Marcos Damião, em posse de uma espingarda calibre 12, vinga-se de Itamar com um tiro nas costas levando-o a morte.
Ouvindo os disparos Marcos Gutemberg Soares da Silva e Ediney Novaes de Amorim saíram da casa de Daniel para saber o que ocorria. Chegando ao local encontraram Marcos Damião que ainda nervoso pediu-lhes que voltassem. E ouvindo o que Marcos falara os dois retornam para a casa, porém Marcos Damião dispara contra Marcos Gutemberg atingindo-o nas costas e o deixando com graves lesões.

Seguindo na mesma quadra, agora em frente ao lote 35, o acusado ainda em fúria avista Marinalva Oliveira da Silva, que conversava com seu namorado em frente a sua casa, atira em intenção de matar contra a mulher que recebe um tiro de raspão do lado direito da cabeça.
Não satisfeito Marcos continua percorrendo a quadra com a arma ainda em sua posse e logo em frente ao Bar da Letícia, Marcos atira em Reginaldo Nunes dos Santos atingindo-o na orelha esquerda. O mesmo tiro ainda atinge Cleide Rocha Silveira que ao tentar se defender é atingida no dedo perdendo-o.

Seguindo em direção da quadra 8 Marcos ainda consciente atira contra Aliceana Santos que não se machuca muito levando tiros de raspão nas pernas e pés.
Já na quadra 12 do conjunto A, Marcos aborda Emerson Carlos Pereira e Viviane Farias Feitosa com apenas um “Ei, vocês!” e dispara contra Emerson no pescoço causando-lhe traumatismo raqui-medular o que levo-o a morte.
As vítimas denunciaram Marcos Damião F. de Morais em 24/02/2006 e assim decretada a prisão preventiva do acusado, até hoje esperam a sentença do acusado.

Desenrolar

Depois de passado quase dois anos do ocorrido, o julgamento de Marcos Damião F. de Morais foi marcado para o dia 22 de novembro de 2007, porém por falta de testemunhas por parte do acusado o julgamento foi adiado para o dia 28/11/2007. Esse adiamento só aumentou a agonia de cada uma das vítimas.

No dia 28/11/2007 que seria realizado o julgamento, ainda por falta de testemunhas, mais uma vez é adiado a sentença do réu. Cabendo as vítimas esperarem para o próximo dia de julgamento e saberem se podem ser ou não defendidas.


Conclusões à parte

Não se pode afirma, porém todos os indícios são de que o réu esta usando o tempo como seu aliado para não receber a punição devida aos crimes cometidos. E as vítimas que só podem esperar o julgamento continuaram suas vidas carregando o peso de mais uma vez a justiça não cumpriu com que lhe é responsabilizado ou ainda acreditar que a justiça pode sempre tardar, mas nunca falhar.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Se cuide filho não é brincadeira


Adolescente do primeiro colegial engravida de um colega de classe aos 16 anos de idade. Ao contar para seu pai sobre sua gravidez recebe total apoio e ajuda. Juntos encontram um casal disposto a adotar seu filho antes mesmo de nascer, a interessada é uma mulher com boas condições financeiras além do enorme desejo de ser mãe. Essa é a trama do filme Juno, um filme engraçado e sarcástico, mas que infelizmente não é condizente com a realidade da maioria das adolescentes que passam por situações como esta. Na vida real as dificuldades vão muito além do não estar preparada.

Segundo pesquisas realizadas pelo IBGE o número de adolescentes grávidas entre 15 e 24 anos é de aproximadamente 22%. Em classes menos favorecidas a porcentagem de meninas grávidas e com maior número filhos é superior do que em classes com maior aquisição. No Brasil, a maioria de casos assim concentra-se em áreas rurais e a região que ocupa o primeiro lugar no ranking é o Centro Oeste. Baseado em estudos a cerca da população jovem no Brasil, pode-se afirmar que paralelamente ao declínio dos níveis gerais da fecundidade, houve uma mudança em seu padrão etário, ou seja, o número de fecundidade das jovens brasileiras teve um aumento expressivo, ao mesmo tempo em que se pode notar uma redução nas taxas de fecundidade de mulheres com mais idade.

A pedagoga Sara de Almeida está acostumada a lidar com casos assim constantemente, ela é diretora do Lar das Crianças de Lourdes, fundada pelo farmacêutico, já falecido, Lino de Almeida e sua esposa Maria da Paz de Almeida. O casal começou recebendo crianças carentes em sua própria casa e só depois receberam um espaço cedido pelo governo. Além do espaço, o governo contribui com uma renda mensal que paga os funcionários do local deixando como responsabilidade dos donos as despesas com moradores, como alimentação, roupa e higiene. A instituição presa em abrigar crianças que não tem onde morar, por abandono ou problemas com os familiares. Esse é o caso da adolescente Ana de 16 anos que foi acolhida pela pedagoga quando tinha ainda 14 anos, a menina estava grávida e foi expulsa da casa de sua irmã que não aceitou o bebê. “Muita coisa mudou depois do bebê, hoje não saiu mais e sou vista de outra maneira por meus colegas. Fui obrigada a amadurecer mais rápido”, explica Ana. Os traumas para uma criança que têm sua vida modificada tão rapidamente são vários e por isso o abrigo contratou uma psicóloga para cuidar dessas adolescentes que muitas vezes não tem nem mesmo o corpo preparado para ser mãe. De acordo com a doutora Jéssica Sampaio o tratamento com meninas nessa situação tem que ser mais sutil, pois elas muitas vezes se vêem preparadas para assumir tal responsabilidade, quando na verdade não estão. Isso ocorre principalmente antes do nascimento do bebê, e qualquer decepção ou aborrecimento pode fazer com que abandonem as seções.

Marta é outro caso de gravidez precoce que chegou a Sara, dessa vez um pouco diferente, pois Marta foi deixada lá quando ainda era bebê, não chegou a conhecer sua mãe e seu pai só aparece aos finais de semana, “nem vejo, nem converso com meu pai. Ele aparece uma vez na semana pra visitar minha irmã que fica aqui também” conta a menina. Ela fugiu do abrigo e na rua conheceu o garoto de quem engravidou, quando descobriu a gravidez voltou para o Lar de Lourdes e o garoto foi para Goiânia, onde residem os pais.Espaços que acolhem adolescentes grávidas nem sempre é a opção que elas fazem, pois querem continuar com o companheiro e por isso se submetem a condições extremamente constrangedoras. Assim ocorreu com Laura, que aos 14 anos foi expulsa de casa por está grávida. A menina é moradora de Samambaia e era criada por tias e a avó desde que a mãe foi presa por envolvimento com drogas, sem querer abandonar o namorado se viu obrigada a pedir para ficar na casa dele, ele conversou com o pai, que aceitou, mesmo sem concordar com a atitude do filho. Laura diz que é destratada, mas não quer ficar longe do pai de seu filho.

Pensando em casos como estes, adolescentes sem preparação para ser pais, o governo promove há alguns anos a campanha de planejamento familiar, que em 2008 teve o slogan “Se cuide, filho não é brincadeira”. A campanha foi idealizada pelo Ministério da Saúde com a intenção de cumprir o compromisso firmado pelo presidente Lula, de ampliação do acesso a informação e aos métodos contraceptivos disponíveis no SUS, Sistema Único de Saúde, garantindo que a mulher e homem decidam quantos filhos querem ter e quando querem ter. A campanha de Planejamento Familiar foi veiculada através do rádio e da televisão no período de 09 a 22 de março, além de cartazes e anúncios em revistas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

“Gosto das coisas complicadas”


Ana Carolina vai fundo em entrevista à ‘Quem’ da semana passada. Bissexual assumida, diz, sem rodeios: “Mulheres, gosto das femininas, com beleza-padrão: loura, de olhos azuis. Agora, homem perfeitinho e delicado, não! Homem tem que ser homem, com bastante pêlo”. Se está namorando: “Não, só faço lanche”.

Vai aí uma das entrevistas mais comentadas nas últimas semanas!

A cantora Ana Carolina afirma que prefere o excesso à moderação, que se casaria “com um menino e uma menina juntos” e que, além de Madonna, comeria Johnny Depp.

Que outra artista brasileira se atreveria a subir ao palco e cantar “Fui eu quem bebi, comi a Madona” além de Ana Carolina? “Ninguém!”, responde, às gargalhadas, a própria cantora, que acaba de lançar o CD e DVD Multishow Ao Vivo – Ana Carolina: Dois Quartos. “Imagina se a Ivete Sangalo cantaria isso?”, diz ela a QUEM, no Bar D’Hôtel, no Leblon, no Rio. De frente para o mar, a mineira ironiza seu jeito carioca de ser: “Tomo chope de sapato preto, calça preta, quase barroca”. E é entre muitas risadas que a cantora, de 33 anos, fala de assuntos sérios, como sua bissexualidade e casamento gay.

QUEM: Suas letras costumam ser bem fortes. Como se sente diante da influência que exerce sobre seus fãs?

ANA CAROLINA: Bate uma responsabilidade. Algumas pessoas se espelham e levam ao pé da letra. Fiz um show em Salvador e uma mãe me disse: “Muito obrigada! Graças a você, minha filha só escuta Chico Buarque, Maria Bethânia e lê os livros da Elisa Lucinda que você indica”. Pensei: “Caramba, que responsabilidade!” No fundo, a gente não sabe que está fazendo essas coisas, mas é lindo.

QUEM: Sabia que a música “Eu Comi a Madona” teria tanta repercussão?

AC: Um pouco, sim. Quero passar liberdade para as pessoas, cantar e dizer o que estou a fim. Em “Cantinho”, música deste último CD, tem uma parte muito caliente, que é como uma fantasia em que estou com uma menina e ela, chupando meu pau. É uma coisa livre. Bandas de rock já falavam de sexo desde 1900 e tais. Era natural e aberto. Agora, quando digo que comi e bebi a Madonna, eu chamo a atenção. Mas não me incomodo. Posso fazer isso. Se tem uma pessoa que pode, sou eu.

QUEM: Por quê?

AC: Porque não vejo a Ivete cantando uma coisa assim (gargalhadas). Imagina se ela cantaria isso? Então, deixa que eu canto. Taí: vou fazer uma música para a Ivete. Eu comi quem, hein? Quem ela poderia comer? O Bono Vox (vocalista do U2). “Eu comi o Bono”. Taí, e ainda faz merchandising do biscoito...

QUEM: Sua postura mudou muito no palco. Está mais vaidosa? Fez dieta?

AC: Eu era tímida, muito bicho do mato. Dieta? Olha, não sou celebridade. Nem gosto do título. Sou cantora. Minha preocupação é com a música, não com o visual. Passo creme todos os dias, faço tudo o que se possa imaginar, mas me preocupo é com a música. Há épocas do ano em que deixo a vaidade de lado e outras, perto dos shows, em que retomo. Olha, não sou celebridade. Nem gosto do título. Sou cantora. Minha preocupação é com a música, não com o visual.

QUEM: Sofre assédio dos paparazzi?

AC: Já me perturbaram, mas nada de mais. Vejo um fotógrafo, dou um sorriso e continuo fazendo o que tinha que fazer. Às vezes, passo batida, nem notam que cheguei. Fui para a Itália agora e consegui dançar. Entrei numa disco e dancei no meio de todo mundo. O lugar estava lotado! Isso é impagável de bom. Encontrei algumas italianas que, quando me viram, começaram a cantar “É isso aí...”.

QUEM: Por falar em “É Isso Aí” (um crítico reprovou a forma gramatical e o excesso de repetições do refrão), você se incomoda com críticas?

AC: Não. Alguns críticos falam coisas sem sentido. Outros, não. Uma vez me falaram uma coisa ótima, que me fez pensar, sobre eu ser redundante. Pensei: “Taí, que bom que sou redundante!” Prefiro ser mais do que menos, falar mais do que ser sucinta. Gosto do excessivo. Não tenho medo disso. Eu quero mais é muito, mesmo!

QUEM: Desde que assumiu sua bissexualidade, em 2005, mudou algo?

AC: Só mudou para melhor. Tem gente que achava que eu gostava só de mulher (gargalhadas). Mas não falei para levantar bandeira. Meu negócio é música. As pessoas vão ao show porque gostam de uma canção.

QUEM: Você está namorando?

AC: Não, só faço lanche.

QUEM: Já pensou em casar, ter filhos?

AC: Já pensei. Isso me passa de vez em quando. Ter filho, não sei, mas casar pode ser engraçado. Pode ser ótimo.

QUEM: Com menino ou com menina?

AC: Com os dois, quem sabe? Com um menino e uma menina juntos. Seria perfeito. Chamo a Ivete para cantar. Nisso, ela já vai estar com o Bono, que vai de padrinho. Aí chamo um padre legal. É um bom projeto para 2009.

QUEM: O que acha dos gays que assinam contrato de união estável?

AC: Acho lindo. O casamento gay tinha que ser liberado. Principalmente pela questão da herança. Ouço casos de parceiros que ficaram anos juntos e aí a família pega o apartamento do companheiro. Absurdo! Tem que legalizar. Farei o que puder para ajudar.

QUEM: Você acha que uma pessoa que sai de uma longa relação estável homossexual embarca imediatamente numa hétero?

AC: Primeira coisa: tanto o corpo do homem quanto o da mulher são eróticos. Nus, são sempre eróticos. Por isso, não tenho problema com a sexualidade. Agora, tem um ponto que me incomoda nos homens, que é essa coisa do dia-a-dia. A mulher é um ser complexo. O homem é reto, direto, simplista. Isso me incomoda, porque gosto das coisas complicadas. Gosto desse redemoinho da mulher, dessa coisa confusa que é o pensamento feminino, cheio de arabescos. Por outro lado, meus melhores amigos são homens, porque confio, não têm “falaçãozinha”. Mulheres têm.

QUEM: A idéia de passar de uma menina para um menino a atrai?

AC: Quero começar a fazer essa oscilação: o complicado e o simples (gargalhadas). Estou solteira e atenta.

QUEM: Além da Madonna, quem mais você comeria?

AC: Deixe-me ver... Britney, não. Johnny Depp! Não quero nada, né? Só o Johnny Depp, nu, aqui na minha frente, com a Madonna do lado! Uauuu! Ia ser sensacional, uma noite inesquecível. Gravaria um disco no dia seguinte, só de hits.

QUEM: Qual é o seu tipo?

AC: Mulheres, gosto das femininas, com beleza-padrão: loira, de olho azul, corpo tudo (risos), tudo de bom. Agora, homem perfeitinho e delicado, não! Homem tem que ser homem, com bastante pêlo. Mulher tem que ser sem pêlo, muito gata, muito linda.

Fonte: Revista Quem Acontece

segunda-feira, 21 de abril de 2008

“E o reitor se afasta.”


Esse artigo analisa a matéria: “E o reitor se afasta”, da seção Seu País, da revista Carta Capital de 16 de Abril de 2008. A matéria de Filipe Coutinho trás as últimas informações sobre a pior crise da Universidade de Brasília desde a ditadura. Informa principalmente o pedido de afastamento do Reitor Timothy Mulholland. E abrange todos os lados da notícia.
Ultimamente quando abrimos os meios de comunicação impresso, lemos logos títulos imensos e chamativos sempre com o mesmo assunto: a crise na Universidade de Brasília. Vemos fotos dramatizando, sempre com brigas entre estudantes e agentes da universidade.
Mas ao abrir a revista Carta Capital dessa semana me deparei com uma matéria sem muito destaque, sobre o mesmo tema. O repórter Filipe Coutinho conseguiu direcionar a matéria para o bom lado do jornalismo público, sem nenhum sensacionalismo. A matéria é puramente informativa. O autor expõe os dados conseguidos através das fontes, sem declarações pessoais próprias. Mantendo a imparcialidade. Em nenhum momento a matéria se torna uma mercadoria, com fins comerciais. É um tema forte, mas é abordado de forma densa e sóbria, e acima de tudo com ética.
Um dos valores da matéria é a diversidade de fontes. O autor ouve sete fontes. Do poder público: o Deputado Federal Chico Alencar, o senador Cristovam Buarque e o Coordenador Geral do DCE Fábio Feliz. As vítimas: o Reitor afastado Timothy Mulholland e os estudantes da UNB. O autor trás um diferencial de todas as matérias já publicadas sobre esse assunto. Filipe Coutinho ouve Kátia Betânia, uma servidora da universidade. Uma fonte que repórter nenhum ouviu. As fontes nos dão o aprofundamento sobre o tema e nos ajuda a ter uma visão de todos os lados da notícia. E deixa livre para o leitor formar sua própria opinião. As falas das fontes são contidas e sem sensacionalismo. Assim como o “olho” da matéria trás a fala de um estudante, uma das vítimas: “ Se agente não ocupasse, ele não teria saído.”. Não há adjetivos, nem exageros.
Filipe Coutinho usa estratégias visuais, duas imagens com legendas. A primeira foto é do Reitor afastado Timothy Mulholland, com a legenda: “Fora. Ele evoca o direito de defesa.” E a segunda é uma foto dos estudantes colocando cartazes nos prédios da UNB e a legenda trás a informação: “Saldo. Sob ameaça de ação policial, DCE leva multa superior a 500 mil reais.”. As imagens da matéria é um recurso que não conduz a interpretação do leitor, não força l leitor a escolher um lado.
A matéria de duas páginas da revista Carta Capital contém uma linguagem contida, sem muitos adjetivos e sem nenhum exagero. O autor nos trás uma ampla visão sobre o tema, sem exercer o papel de juiz, sem nenhum julgamento. Na matéria não encontramos nenhum desrespeito à figura humana, sem sensacionalismo.
De acordo com Luiz Martins, a imprensa teria que perceber que não tem que preocupar-se apenas com a divulgação dos fatos, mas também com a gênese deles. E Filipe Coutinho conduz muito bem a matéria.

Referências:
SILVA, Luiz Martins da. “Imprensa e Cidadania: Possibilidades e Contradições” in Imprensa e Poder. Org: MOTTA, Luiz Gonzaga. Brasília, Editora Universidade de Brasília e São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2002.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

assim será...


O barulho da TV na sala, o som do carro passando na rua, os meus cachorros a arranhar a porta e o filho do vizinho com suas bolas de gude. Tudo parece muito próximo! Eu já não tenho paciência como antes...O meu quarto agora parece meu melhor refúgio! Meu lugar ideal...Lá nada me atinge, e olhar pro teto parece minha melhor opção.Meu violão já encostado no canto não é procurado com tanta freqüência. Todos os bons livros do mundo foram extintos. Todas as músicas agora parecem estúpidas, só repetem o que eu não quero ouvir! O velho companheiro inseparável, aquele tal de celular, parece agora só um aparelho de consumo sem muitas utilidades e vive jogado por aí num canto qualquer.

Agora tudo parece irritante e sem muita importância...Eu só quero o silencio, não há melhor companhia. Meus olhos acompanham todas as possíveis linhas existentes no meu quarto.De repente um som invade o silencio, agora eu posso também ouvir minha respiração. Meu coração parece querer saltar do meu peito e eu só consigo ter um único pensamento: será você? Mais do que rápido eu pulo da cama e começo a procurar aquele aparelho de consumo que agora grita como se fosse salvar minha vida quando eu dissesse a senha Alô! E uma esperança vai me invadindo junto com uma angústia. E eu só repito: não desliga...Não desliga! Enfim, ouço o som cada vez mais perto. Agora consigo ver, ele ali jogado no fundo da minha bolsa. Meus olhos já estavam no visor. Eu não conheço esse número! Mas a esperança continua ali presente. Levo o celular até o ouvido e digo a senha: Alô! Eu não ouço nada, só a minha respiração agitada. Tudo parece conspirar contra. Quando eu ouço: Oi! Por favor, gostaria de falar com a Ana. Rebato: Ana? E ouço novamente: sim! Ela está? Por fim digo: Não! Não tem nenhuma Ana aqui não!Minhas pernas estão eufóricas. E o aparelho de consumo foi arremessado pra qualquer lugar. Volto para o meu silêncio. Eu me sinto um tanto patética, mas quem é que nunca se sentiu assim? Agora milhões de pensamentos invadem minha cabeça todos ao mesmo tempo. E tento não acreditar que todos esses pensamentos me afetam de uma forma anormal. Para as outras pessoas parece tudo tão fácil. Agora eu só consigo lembrar daquele dia em que você disse que queria pensar. E saiu sem olhar pra trás! Nem se quer parou pra ouvir o que eu tinha pra dizer! Me diga que você está voltando. A saudade me machuca como nada igual. Logo eu puxo uma folha de papel.

Eu tento matar o tempo desenhando seu rosto nessa folha. Queria somente que você tivesse coragem para acabar com essa crueldade. Porque fazer sofrer quem só quer o seu bem? Eu alimento uma esperança mimada de que isso tudo vai acabar logo. E que alguém vai chegar pra mim e dizer que nada disso está acontecendo. Eu agora respiro para tentar seguir em frente. Mas ainda está tudo tão difícil. Porque ainda sinto toda dor. Eu já passei em cima de todo o meu orgulho. Já inventei milhões de desculpas pra te ligar, mas nenhuma delas funcionou. O que me dá essa raiva que carrego aqui no meu peito, não é tudo que você fez de errado, nem todas as mentiras que você ousou em me contar, muito menos você ter me deixado.

O que me dá raiva são todos os dias bonitos que passo sem você, é o sorriso estampado no rosto das pessoas que deveria estar estampado em mim, são seus olhos, são seus atos e todos as palavras de conforto que um dia você me disse, são seus beijos e todos os planos que fiz pensando em nós. Sendo assim, sinto raiva de tudo que vai me fazer tanta falta! E todos os conselhos, todas as palavras de carinho que eu recebo das pessoas parece agora que nada vai resolver. Eu já estou sem saída.


Brasília, hoje é 17 de novembro. E esta é só mais uma das cartas que eu escrevo e não mando. Dia a dia eu paro para escrever pra você. Mas eu nunca consigo chegar ao correio. Aconteceram muitas coisas que você nem chegou a saber. Eu mudei de emprego. E agora moro numa casa com um jardim todo florido, como agente sempre sonhou. E eu tenho dois cachorros como aqueles do filme que agente assistiu. E você nunca soube disso e nem das outras coisas. Pela vida eu fiz muitos amigos, andei por muitos lugares extraordinários. Tenho muitas histórias. Histórias que eu conto por contar e deixo no canto do armário. Eu fico imaginando como você está, se você teve filhos ou como é a sua casa. E os montes que faço dos envelopes, já não cabem nas prateleiras. Toma conta dos armários, do meu quarto e da minha sala. Já tomaram meu espaço, mas agora fazem parte da minha casa. E assim seguem-se os dias, quando eu me sento pra escrever pra você!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

SESC/DF aposta na ação social e investe cada vez mais no Programa Mais Vividos.



O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% da sua população. Segundo o IBGE, em 20 anos, o País será o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas. O dado serve de alerta para que o governo e a sociedade se preparem para essa nova realidade não tão distante.
Diante desse fato, o SESC/DF atua em iniciativas com o objetivo de proporcionar momentos de prazer, descontração e melhoria da qualidade de vida para pessoas idosas através do Programa Mais Vividos. O programa é reconhecido por sua capacidade em promover a valorização e a interação social de pessoas acima de 60 anos.
O SESC 913 Sul, a primeira unidade a tomar iniciativa do projeto, desenvolve encontros semanais às terças-feiras, com dinâmicas de reintegração. Uma dessas dinâmicas é a Tarde Dançante, em que os participantes deixam de lado a timidez e se divertem em um baile com bandas ao vivo. Na mesma unidade do Sesc já existe há 25 anos o Coral dos Mais Vividos, regido pelo maestro Wander de Oliveira e é constantemente requisitado para apresentações. No SESC Gama, as reuniões acontecem todas às segundas-feiras. A programação inclui dança cigana, coral e grupo de voluntários, em que os idosos participam de aulas de trabalhos manuais. No SESC Guará, as reuniões ocorrem às quintas-feiras e o destaque fica por conta da dança cigana. A dança do ventre é atração no SESC Estação 504 Sul, e as reuniões ocorrem todas as quartas-feiras.
No SESC Taguatinga Norte as reuniões acontecem às segundas-feiras. Os idosos participam de oficinas de dança e de teatro, bingos, festas, oficinas, palestras, visitas a museus e confraternizações. Maria de Lurdes, 68 anos, participa do programa há três anos e garante não perder um encontro. ”Assim que perdi meu filho, comecei a vim aos encontros toda segunda feira e isso me ajudou muito!”, disse Maria emocionada.
Os coordenadores do programa Mais Vividos estão com o projeto de desenvolver novas atividades extras, como a orientação no Parque, um projeto em parceria com o Ministério da Defesa, que consiste em caminhadas e ações de educação ambiental nos parques da cidade. “Melhorei em tudo, até minha saúde está melhor! Aqui é o lugar do idoso!”, afirmou Maria Socorro, 81 anos.
O grande sucesso é o projeto Na Cozinha Com a Vovó, em que os idosos ministram aulas de culinária a crianças de seis a doze anos, promovendo a integração de gerações. Geny Vaz de 65 anos, diz que o programa trouxe muita alegria e principalmente alta estima. “Nas aulas com as crianças eu me sinto útil e vejo a alegria das crianças.”, disse Geny, integrante do projeto desde 2003, quando começaram os encontros às segundas-feiras.
Segundo o Estatuto do Idoso, Art. 1º: Assegurando-se-lhe, por lei, ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Por muitos Idosos não tomarem conhecimento dos seus direitos, o programa sempre proporciona palestras para informar e tirar dúvidas sobre o Estatuto do Idoso.
Para fazer parte de um destes grupos é necessário ter mais de 60 anos e possuir a carteirinha do SESC. O programa também admite pessoas mais jovens, desde que encaminhadas por médicos com laudo comprovando a necessidade de participação em grupos de socialização.
José Vildomar, 71 anos, e Maria Vieira, 66 anos, são casados e participam dos encontros e afirmam que o melhor dos encontros são os bailes onde eles podem dançar a vontade. “Nos dias de segunda-feira, eu chego aqui e esqueço de todos os meus problemas lá de fora.”, completa Maria.

terça-feira, 15 de abril de 2008

A ditadura de um ponto de vista inocente e encantador



Filme:“O ano em que meus pais saíram de férias”
Direção: Cao Hamburguer


“O ano em que meus pais saíram de férias” mostra com muita sensibilidade o tema dramático da ditadura militar brasileira. Dirigido por Cao Hamburguer, que já era bastante conhecido por seus trabalhos voltados ao público infantil (série de TV Castelo Rá-Tim-Bum), o filme conseguiu unir bom humor ao contexto da ditadura militar no Brasil.
Não aprofundando as questões políticas da ditadura, o filme retrata o olhar de Mauro (Michel Joelsas), um garoto de 12 anos, que naquele ano de 1970 só queria ver o Brasil ser tricampeão na copa do mundo. Mas Mauro se vê obrigado a deixar Belo Horizonte e ir morar em São Paulo. Daniel Stein (Eduardo Moreira) e Bia (Simone Spoladore) levam o filho para morar com o avô Mótul ( Paulo Autran), que morre no dia anterior à chegada do neto. Com isso, o garoto passa a ser criado por toda a comunidade judaica do bairro Bom Retiro, vivendo assim a expectativa da volta de seus pais, que prometeram retornar no início da Copa.
O longa tem como pano de fundo a ditadura militar e a Copa do Mundo de 70, elementos que se tornam fundamentais para a construção da história. Cao Hamburguer, em seu segundo filme, mostra a temática forte da ditadura militar com sutileza e inteligência. Ao contrário de outros filmes, a obra não contém cenas de violência.

É uma história simples, é um filme fácil de ser acompanhado e o expectador fica encantado com a sutileza com que a história é retratada.
As crianças são os atores principais do filme. As descobertas de Mauro, junto a um grupo de novos amigos do bairro, torna o filme divertido e inocente. Entre todos, Hanna (Daniela Piepszyk), rouba a cena! Na relação dos dois, a doce e leve insinuação do primeiro amor.
“O ano em que meus pais saíram de férias” traz a paixão pelo futebol, a descoberta da sexualidade e a esperança de ter a vida de Mauro de volta. A história é emocionante e comovente, com momentos de muita tristeza. È enfim, o filme nacional que encontrou o tom certo do drama, de uma forma bem sutil.