segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eleições americanas 2008


A eleição que vai escolher o sucessor do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush será realizada amanhã, 4 de novembro. Na luta por votos a todo custo, os candidatos Barack Obama e John McCain, fazem promessas que podem mudar a relação entre Brasil e Estados Unidos. A relação que anda bem desde Fernando Henrique Cardoso, é influenciada pela questão comercial dos produtos agrícolas entre os dois países. Portanto Obama já citou várias vezes que deve haver uma maior interação entre o Brasil e os Estados Unidos. Tanto Obama quanto McCain garantem que irão melhorar a política de relações exteriores, isso trará inúmeras vantagens para o país da cana-de-açucar.

O candidato democrata que vem liderando as eleições, diz não querer obrigar importantes aliados a ter nenhuma postura especifica, mas que seria ótimo fazer mais acordos com o Brasil, vendo que seria bom para os dois países. Sendo assim, especialistas garantem que o melhor para o Brasil seria Obama ser eleito, uma vez que o candidato trará mudanças significativas para a política norte-americana. Sem comprometer os interesses dos EUA, Obama quer formar novas alianças, e isso vai incluir um dos maiores produtores de álcool combustível do mundo, o Brasil.
Já o republicano McCain é tradicional e conservador, com uma visão política mais fechada acredita que a América Latina não é o foco atual dos EUA. Por isso o candidato não traz empolgação nenhuma para os brasileiros com sua eleição nesse ponto. Mas por outro lado, McCain prometeu ir contra os impostos norte-americanos e contra os subsídios ao etanol de milho no país. Essas atitudes parecem ser muito favoráveis ao Brasil.

Quanto ao mundo, querendo ou não a crise americana afeta a todos. Os americanos tentam primeiramente achar um culpado, depois como resolver. Essa é a hora em que os candidatos entram em ação pra tentar explicar esse problema e achar a solução. John McCain tem cobrado a criação de uma comissão para estudar o problema financeiro parecido com o que estudou o onze de setembro. O candidato vinha dizendo em seus discursos que os ‘fundamentos da economia estão sólidos’. Mas resolveu parar para não soar mal aos ouvidos dos eleitores. Ele ainda ataca Obama dizendo que a única solução que o democrata oferece é ‘mais impostos e conversa fiada’.
Já para Barack Obama, a culpa toda é dos republicanos. Se dirigindo ao norte-americano comum, diz: ‘enquanto você tem cumprido suas responsabilidades, Washington não tem’. Em um de seus longos comerciais lista as suas soluções: cortes de impostos para a classe média e aumento para as grandes empresas que fabricam seus produtos no exterior; regulamentação que proteja os pequenos investidores; e promete trazer um fim responsável à Guerra do Iraque para conter os gastos exorbitantes.

Pró- McCain



Nascido em uma família onde pai e avô foram almirantes da marinha dos Estados Unidos, não seria diferente com o senador John Sidney McCain III do partido republicano. Seguindo os passos da família tornou-se aviador da escola naval. Aos 31 anos, virou prisioneiro e foi torturado por cinco anos pelos soldados vietnamitas. Em 1986 apresentou-se como cantidato a senador do Arizona e ganhou. Em seguida foi reeleito três vezes.

Em 2000, candidatou-se à presidência dos Estados Unidos, mas perdeu pra o atual presidente George W. Bush. McCain sempre foi considerado um político linha dura. Não escondeu o apoio a Guerra do Iraque e deu razão a maioria das decisões de George W. Bush sobre a economia externa.

Agora, aos 72 anos, McCain busca novamente sua entrada à Casa Branca como o mais velho candidato à presidência. O candidato não mede esforços pra ser verdadeiro e expôr suas idéias sobre os mais diversos temas. Com um tom conservador, vai lutar por valores que acredita estar em falta nos Estados unidos. Mantém sua opnião sobre o Iraque dizendo que os Estados Unidos está ganhando a guerra. E que está disposto a manter tropas no país durante uns cem anos, seguindo os modelos das bases americanas na Alemanha, no Japão ou na Coréia do Sul. Diz ser contrário à abertura de um diálogo com o Irã, e quer reforçar as sanções internacionais, inclusive fora da ONU. E ainda McCain se apresenta como o pior inimigo do Hamas.








John McCain promete manter as reduções de impostos aprovadas por Bush até 2010. Promete diminuir os gastos federais de interesse puramente locais, e propõe o congelamento por um ano das despesas federais que não sejam militares. Ele quer utilizar US$ 300 bilhões dos US$ 700 bilhões do plano de resgate das instituições financeiras para recomprar créditos hipotecários frágeis e substituí-los por créditos a juros fixos. Defende a limitação das emissões de gás carbônico, a instalação de um mercado dos direitos de poluir e a construção de novas centrais nucleares. E também afirma que irá apoiar muito o Nafta, pois considera o livre-comércio como uma importante ferramenta da política externa dos Estados Unidos.

O adversário Barack Obama tem sim muitas idéias, mas se esqueceu que a classe média americana típica não é negra, é branca. A maioria dos negros ganha pouco menos que US$ 30 mil dólares por ano. McCain é um candidato real, nunca esconde os seus pontos de vista. Com sua postura política segura e sem perder em nenhum momento a linha, McCain vem lutando para ganhar as eleições.

União de Juventude, experiência e beleza



Filme: “ O procurado.”
Direção: Timur Bekmambetov


O filme “O procurado” é baseado na história em quadrinhos Wanted escrita por Mark Millar, desenhada por J.G Jones e publicada pela Top Cow Comics durante os anos de 2003 e 2004 nos Estados Unidos. Aqui no Brasil foi publicada pela Mythos Editora. O cineasta russo Timur Bekmambetov, que já era conhecido por filmes de grande sucesso na Rússia como: Guardiões da Noite (2004) e Guardiões do Dia (2006), conseguiu unir ação do começo ao fim, imaginação e bom humor.

Com um roteiro simples, intrigante e repleto de humor, o filme retrata a história do frustrado Wesley Gibson (James Mcavoy), um gerente de contabilidade de 25 anos, que freqüentemente tem ataques de estresse e ansiedade provocadas na maioria das vezes por causa de sua chefe histérica e irritante Janice (Lorna Scott). Para aumentar seus problemas sua namorada Cathy (Kristen Hager) o trai com seu melhor amigo Barry (Chris Pratt). Com uma vida cansada e cheia de tédio, Wesley vive sem dinheiro, e percebe sua insignificância quando resolve digitar seu nome no google e não encontra resultados. De repente tudo muda quando conhece a misteriosa Fox ( Angelina Jolie), uma assassina da sociedade secreta Fraternidade liderada por Sloan ( Morgan Freeman). Ao ser informado sobre a ligação de seu desconhecido pai com a fraternidade, a grande missão de Wesley é vingar a morte de seu pai e aceitar seu destino dentro da Fraternidade.

Com a narração em off do personagem Wesley, o longa conversa o tempo todo com o espectador passando por pontos dramáticos e cômicos, elemento que se torna fundamental para a construção da historia. Timur, em seu primeiro filme americano, traz uma direção dinâmica e interessante. Cenas impactantes e precisas recheada de efeitos especiais, como carros voando por cima um dos outros e balas fazendo curvas, somado ao bom e velho suspense faz com que o filme funcione muito bem.

Os amantes do quadrinho que deu origem ao filme, logo percebem que a fidelidade foi deixada de lado. Enquanto nos quadrinhos encontramos um supervilão sarcástico que comete crimes sem nunca ser punido e um monstro feito de fezes, no filme o protagonista é submetido a um treinamento duro para vingar a morte do pai. Para conquistar o publico adolescente o enredo com muita maldade é deixado de lado dando lugar a um dos melhores filmes de ação lançados em 2008.
Um dos principais motivos do sucesso de O procurado é o elenco que mescla a juventude de McAvoy, a experiência de Freeman e a beleza de Jolie. Depois da ótima atuação no drama Desejo e Reparação, o carismático ator escocês James Mcavoy, apresenta uma atuação impecável tornando o personagem num grande herói de ação conquistando os telespectadores. Sempre com uma primorosa atuação, Morgan Freeman traz um tom dominador e enigmático ao personagem Sloan. Com uma participação bem menor que o esperado, mas com uma atuação segura e ideal, Angelina Jolie dá um show de adrenalina sem deixar de lado a sensualidade. E fecha o trio dos atores principais do filme.

O divertido longa metragem de ação, com seu ritmo acelerado e um final surpreendente, mantém os espectadores vidrados do início ao fim.

Clarice por Clarice



Clarice Lispector, que impactou a literatura brasileira nos anos 40 com seu romance perto do coração selvagem, continua a encantar gerações de leitores. A escritora fala ao coração de muitos jovens que nem eram nascidos em 1977, quando faleceu. Leitores de todas as idades sentem hoje a intensidade de seus textos. Embora tenha se formado em Direito, nunca advogou, sobrevivendo basicamente do jornalismo e dos trabalhos de tradução.


Ao mesmo tempo em que deixava revelar sua alma em seus escritos, Clarice era extremamente reservada. Costumava evitar declarações íntimas nas entrevistas que cedia, afirmando que nunca escreveria uma autobiografia.


Para sanar a falta de uma autobiografia, a Editora Rocco lançou o livro “Aprendendo a Viver”. Uma coletânea das crônicas semanais da escritora, publicadas no Jornal do Brasil entre agosto de 1967 e dezembro de 1973, onde deixa escapar confissões que permitem compor um auto-retrato, ainda que parcial.


Organizado por Pedro Karp Vasquez, o livro reúne 218 crônicas em que a escritora descreve um pouco de sua vida. Clarice Lispector em Aprendendo a Viver se mostra uma dona-de-casa que se preocupa com os filhos, que tem muitos medos e grandes sonhos. Disposta a não abrir muito sua intimidade, na primeira pessoa relembra acontecimentos e experiências, contando detalhes marcantes e particulares.


Clarice com seu doce tom discute acontecimentos de seu cotidiano, opina sobre temas polêmicos como Deus, encarnação e morte. E até antecipa o que virá em seus próximos romances.
Aprendendo a Viver é uma não-ficção, trazendo os relatos da escritora em ordem cronológica. Da saudade da infância em Recife, as aventuras no Ginásio, o ingresso na faculdade, o casamento, a chegada dos filhos, a carreira de jornalista e termina em reflexões sobre a morte.


De uma maneira livre e ousada conta detalhes de como gostava de ler muito pouco, o modo como gostava do café, dos quilos que ganhava e das dificuldades que passou com um incêndio em seu apartamento. E assim o leitor vai descobrindo coisas muito pessoais de Clarice, como as conversas por telefone com a amiga, diálogos com os filhos, as noites de natal, as viagens.
Sem perder sua classe, Clarice consegue dar um tom de descontração pra algumas crônicas. A escritora faz interrupções para tomar um café, fumar, atender o telefone ou até dar uma volta na praia. Depois com um “voltei” acolhe mais ainda o leitor.


Pelas crônicas escritas de madrugada, durante longas insônias, começamos a desenhar quem é Clarice. Com ela viajamos a Europa, temos medos, sofremos, e até partilhamos encontros com Guimarães Rosa e conversas com Rubem Braga.